quarta-feira, agosto 30, 2006

Clubes Atacantes - Derry City Football Club

DERRY CITY

O clube desta semana é um clube com uma história semi-curiosa, no sentido em que pertence a um país e joga no campeonato de outro. O meu conhecimento deles vem do facto de terem calhado com o Benfica na Taça dos Campeões na época de 1989. É uma das minhas equipas preferidas da Rep. Irlanda, a outra é o Shamrock Rovers, mas depois de saber um pouco da história e de como foram excluidos do próprio país comecei a gostar mais desta equipa.

A Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido e não da Rep. Irlanda. Consideram-se britânicos e não irlandeses. Mas há muitos dissidentes que acham que as suas raizes não são inglesas e sim irlandesas e como tal há imensos conflitos internos, inclusivé recorrendo à luta armada. O IRA (Exército Repúblicano Irlandês) é um dos expoentes máximos desse conflito. A religião também tem um papel importante neste conflito uma vez que os pro-ingleses são Cristãos Protestantes e os pro-irlandeses são Cristãos Católicos.

Há uma quantidade inacreditável de conflitos publicos e insurreições civis, entre as duas facções que as pessoas em Portugal nem sequer notam pelo facto de ser escamoteado pela imprensa que esconde a maioria dos problemas que se vivem na Irlanda Norte a esse nivel.

Os anos 60 até finais de 90 foram um verdadeiro caos social com imensos atentados bombistas e mortes, tanto na Irlanda do Norte como na Inglaterra, todos ou quase todos prepertados pelo IRA. É muito parecido com o que achamos horrível no Medio Oriente, e o pior é que aqui é entre Cristãos e não entre Muçulmanos e Judeus, o que me parece ser pior mas com uma violencia identica, incluindo como já disse atentados bombistas.

Um acordo de paz foi realizado em 1998 e a situação tem andado mais pacifica mas não sei até que ponto isso persiste nem em que condições mas a verdade é que todos os dias viamos nos telejornais atentados do IRA e agora nunca mais se ouviu tal.

O futebol não fugiu à regra e o Derry City é um dos exemplos disso.

É o clube da cidade de Londonderry, na Irlanda do Norte e foi fundado em 1928.


Jogou no campeonato da Irlanda do Norte até 1973. Até essa altura ganhou um campeonato em 1965 e duas taças, uma em 1948 e outra em 1954.

Na época de 1972/73 a Federação da Irlanda do Norte expulsou o seu estádio das competições internas devido à violência dos seus adeptos.

O Estádio de Brandywell fica situado numa àrea fortemente Nacionalista (pro-irlandesa) e no inicio dos anos 70 foi um verdadeiro inferno na Terra principalmente nas areas circundantes do campo, com grandes conflitos civis.

O expoente maximo desses conflitos foi quando os adeptos do Derry City incendiaram e apedrejaram o autocarro de uma equipa adversária, tendo morrido vários jogadores e adeptos rivais ou Unionistas (pro-ingleses).


Nessa altura a Federação Norte-Irlandesa decidiu que não era possível haver qualquer jogo naquele estádio e o Derry City passou a jogar no estádio do Coleraine (Unionista), mas o publico começou a deixar de seguir a equipa até que o clube desistiu de jogar no campeonato em 1973.

Depois de alguns anos sem jogar futebol, o clube pediu para jogar de novo no campeonato, o que lhe foi sendo sempre recusado, ano após ano. O problema é que clubes inferiores faziam o mesmo pedido e eram aceites.

1985 o Derry City cansado com tantas negas ano após ano, voltou-se para a Rep. Irlanda e pediu para ser incorporado no respectivo campeonato.

Depois de alguns jogos amigáveis com equipas republicanas, como o Shamrock Rovers, Dundalk e St. Patricks, o Derry foi aceite na federação da Rep. Irlanda, mas na condição de não haver objecções da parte da Federação da Irlanda Norte e da FIFA.

Para a Federação da Irlanda do Norte foi um alivio e disseram logo que não haveria problema algum e a FIFA tendo em conta o que se passava nos dois paises também não se opôs.


Na cidade a festa foi tremenda, porque a população local ansiava por ver a sua terra jogar de novo um campeonato de futebol. O efeito foi tremendo e o Estádio apresentou durante anos a lotação sempre esgotada.

Começou então na recém criada First Division – Segunda Divisão, em 1985, ganhou a promoção ao escalão principal em 1987 e desde então está entre as equipas do topo no futebol da Rep. Irlanda.

Aliado ao facto de ter uma falange enorme de adeptos, conseguiu até o feito histórico de vencer o Campeonato, a Taça da Liga e a Taça da Irlanda tudo em 1989, apenas com dois anos de Primeira Divisão.


Outro feito histórico foi o facto de ter jogado em dois campeonatos de paises distintos e nunca ter descido de divisão.

Desde então o clube ganhou o campeonato novamente em 1997, tendo ficado em segundo nos anos de 1995 e 2005, e ganhou duas Taças da Irlanda em 1995 e 2002, tendo sido finalista vencido em 1994 e 1997 respectivamente.

Em 2000 o clube esteve perto de ser excluido por questões financeiras, mas o politico, membro do parlamento ingles e do parlamento europeu, e vencedor do Premio Nobel da Paz, John Hume, nascido em Londonderry, e adepto do Derry City convenceu as equipas do Celtic, Manchester United, Barcelona e Real Madrid a deslocarem-se a Londonderry para efectuar em conjunto um torneio com o Derry City FC a fim de garantir fundos suficientes para a equipa poder pagar o que devia à federação.


Assim o clube pode continuar nas competições internas ao mais alto nivel.

Ganhou uma Taça da Liga em 2005 o que lhe permitiu já este ano jogar a Taça Setanta. Esta taça tem a particularidade de ser jogada por clubes da Rep. Irlanda e da Irl. Norte.

Começou oficialmente em 2005 e foi escalonada em dois grupos de 3 equipas, no grupo 1 jogavam 3 equipas da Irl. Norte e no grupo 2 jogavam 3 equipas da Rep. Irlanda, os vencedores de cada grupo encontravam-se na final.

Já este ano foi ligeiramente diferente. Os grupos eram de 4 equipas e mistos, em cada um deles jogavam duas equipas de cada um destes dois paises. Os dois primeiros jogavam as meias-finais e depois uma final com os vencedores destas meias-finais.


Desde o inicio dos anos 70 que o Derry city não jogava com equipas da Irl. Norte (Linfield e Glentoran foram os adversários este ano na Setanta Cup).

A nivel europeu, nenhum clube da Rep. Irlanda ou da Irlanda Norte tem uma grande expressão futebolistica, como tal o Derry City não foge à regra.

A primeira participação na UEFA surgiu em 1965 e na Taça dos Vencedores das Taças, uma vez que tinham ganho a Taça da Irlanda do Norte no ano anterior. O adversário foi o Steaua Bucareste na ronda preliminar e saldou-se por duas derrotas 0-2 e 0-3.

O ano seguinte com a conquista do titulo puderam jogar na Taça dos campeões Europeus. A pre-eliminatória foi muito interessante com um clube ao mesmo nível, o Lyn Oslo da Noruega. À derrota de 3-5 fora seguiu-se uma vitória caseira por 5-1 e assim jogou na primeira eliminatória com os belgas do RSC Anderlecht e perdeu 0-9, a segunda mão não se jogou por razões disciplinares e assim acabou a participação europeia como equipa da Irlanda Norte.


A participação seguinte só surgiu mais de 20 anos depois já como equipa representante da Rep. Irlanda e foi na Taça dos Campeões Europeus devido à vitória no campeonato do ano anterior. Calhou então com o Benfica que nesse ano foi à final perdendo com o AC Milan.

A primeira mão foi em casa e o Benfica ganhou 1-2, já na segunda mão na Luz nova derrota, desta feita por 0-4

Derry City - Benfica 1:2 (0:0) (Carlyle 73 - Thern 59, Ricardo Gomes 64).

Benfica - Derry City 4:0 (1:0) (M. Magnusson 32, Vata 61, Ricardo Gomes 69, Aldair 80).

No Benfica desse ano jogaram nos dois jogos:
Silvino, Aldair, Ricardo, José Carlos, Samuel, Jonas Thern, Magnusson, Hernani, Vata, Valdo, Pacheco, Cesar Brito, Vitor Paneira Treinador: Erikson


So voltando à UEFA em 1996 na TVT perdendo para o Lokomotiv Sofia na pre-eliminatoria 1-0 e 0-2.

Em 1998 nova participação Na Taça dos Campeões com o Maribor Branik da Eslovénia 0–2 e 0-1.

Em 2004 pela primeira vez na Taça UEFA na ronda preliminar perderam com o Apoel 0-3 e 1-2

Este ano novamente na Taça UEFA tem sido um ano de gloria para uma equipa deste calibre.

Na primeira ronda calharam com os Suecos do IFK Gotemburg e venceram os dois jogos 1-0 e 1-0, continuaram o passeio na segunda pre-eliminatoria e foram à Escocia ganhar ao Gretna por 5-1 e 2-2 em casa. O sorteio ditou jogar com a equipa de Pedro Pauleta, vamos ver como se saiem, principalmente no Parque dos Principes contra o Paris St. Germain.


O Estádio de Brandywell é a casa do Derry City FC, com uma capacidade para 8.200 pessoas, onde apenas 2.900 lugares são sentados. Tem sofrido ao longo dos anos algumas remodelações, em 1991 foi construida uma nova bancada e em 2004 foi demolida a parte em que ficavam os piores adeptos do clube, uma zona chamada “Jungle”.

Já este ano em Agosto foram construidos mais 400 lugares para poderem receber o Gretna da Escócia na Segunda ronda de qualificação da Taça UEFA.

Este desenvolvimento do Estádio é para continuar. Os planos para o alargamento do complexo desportivo incluiem 6.000 lugares sentados, com possibilidade de expansão e um novo campo de treinos, com um pavilhão indoor e centro médico.
Estima-se que esteja tudo concluido em 2012 e o seu custo ronda os 15 milhões de Libras.


Palmarés:

1 vez Campeão da Irlanda Norte: 1965

2 vezes Campeão da República da Irlanda: 1989 e 1997

1 vez Campeão da Segunda Divisão da República da Irlanda: 1986

3 vezes Vencedor da Taça da Irlanda do Norte: 1949, 1954 e 1964

3 vezes Vencedor da Taça da República da Irlanda: 1989, 1995 e 2002

6 vezes Vencedor da Taça da Liga da República da Irlanda: 1989, 1991, 1992, 1994, 2000 e 2005.

1 vez Vencedor do FAI Shield: 1986

2 vezes Vencedor da Taça das Cidades: 1935 e 1937

1 vez Vencedor da Taça de Ouro: 1964

1 vez Vencedor do Torneio Top Four: 1966


segunda-feira, agosto 28, 2006

sexta-feira, agosto 25, 2006

Clubes Atacantes - Clube de Deportes Cobreloa

COBRELOA


Quando se fala no Chile, em termos futeboliisticos e de equipas, toda a gente pensa logo no Colo Colo, na Universidade do Chile ou na Universidade Católica mas uma das equipas mais surpreendentes do mundo são os chilenos do Cobreloa.
Surpreendentes porquê? Em quatro anos fundaram o clube, subiram das divisões inferiores, ganharam o Campeonato da Primeira Divisão e foram à final da Taça Libertadores da América, dois anos seguidos. Não deve haver nenhum clube no mundo que tenha tido uma ascenção nacional e internacional tão rápida, ao ponto de ganhar titulos e ir à final da competição mais importante do seu continente.


O Club de Deportes Cobreloa, foi fundado em 7 de Janeiro de 1977, por mineiros da cidade de Calama, Provincia de El Loa – Antofagasta, proveniente da equipa amadora, Deportes Loa.

Durante todo o ano de 1976, a Provincia de El Loa, as cidades de Calama e Chuquicamata, mobilizaram-se sob o lema “Agora ou Nunca” com a intenção de ingressar no futebol profissional.


Gentes importantes locais como Nuñes, Tschischow, Gorrini e outros dirigentes tomaram a iniciativa.

Nestes tempos era muito dificil uma equipa da provincia ser aceite como profissional e se não tem sido o apoio conjunto das populações de Calama e Chuquicamata dificilmente o clube teria entrado nas Ligas Profissionais.

Foi então a 7 de Janeiro que através da rádio se soube que com 38 votos a favor o Deportes de Loa tinha sido admitido. Nesse momento todas as actividades em Calama e Chuquimata, duas cidades mineiras, cessaram momentaneamente e se deu aso a uma festa nunca vista, várias caravanas automóveis percorreram as duas cidades em festa.

Foi então que se decidiu fundar desde logo um novo clube com um novo nome. O Coronel Nuñez disse alto: “Cobre – Loa”. Cobre por ser uma região toda ela dedicada à extracção desse minério e Loa por o nome do rio que corre em Calama e ao mesmo tempo ser da Provincia de El Loa. O nome soou bem a todos e assim se fundou o Cobreloa. Instantanêamente fizeram-se sócios do novo clube 16.000 pessoas.


Foi pedido ao famoso treinador chileno Fernando Riera, que já tinha andado por Portugal como treinador do Belenenses, Benfica e FC Porto, que escolhesse os melhores jogadores da região para se formar uma equipa e assim foram escolhidos os primeiros jogadores do Cobreloa.

O primeiro jogo foi contra o CD Antofagasta fora de casa, num duelo regional. Não podia ter corrido melhor para estreia e obtiveram uma concludente vitória por 2-0. Foi no dia 7 de Fevereiro e as pessoas que se deslocaram até Antofagasta percorrendo um caminho de 3 horas sobre sol escaldante, vieram com um sorriso nos labios.

Como os equipamentos não tinham ainda chegado de Santiago do Chile, a equipa vestiu de branco nesse primeiro jogo, mas foi a primeira e a última vez que isso aconteceu, a cor não era do agrado de ninguém porque não representava nada. Só o laranja das areias, do cobre e do sol poderia ser a cor representativa do clube e da região.


O clube debutou então na Segunda Divisão nesse mesmo ano de 1977 e classificou-se no 4º lugar, ganhou acesso à Liguilha, juntamente com Malleco, Coquimbo e O’Higgins e subiu de divisão, derrotando todos os outros adversários. A garra patenteada em todos os jogos garantiu-lhes a alcunha de: “Zorros do Deserto”.

Em 1978 no ano de estreia na Primeira Divisão classificaram-se num brilhante segundo lugar, apenas atrás do tricolor Palestino.

No ano seguinte, 1979, novo segundo lugar apenas atrás do grande campeão Colo Colo.

Mas em 1980 e com a chegada do treinador Vicente Cantatore, que já andou pelo Sporting CP, surgiu o tão esperado titulo que tinha fugido por tão pouco nos dois anos anteriores. Uma luta renhida até final com a Universidade Chile mas que sorriu aos “mineiros”.


A duas jornadas do fim as equipas encontravam-se empatadas enquanto o Cobreloa ganhou em Iquique por 2-0 o Universidade empatou com o Lota Schwager 1-1 e na última jornada bastava uma vitória caseira para os “Laranjas” ganharem o titulo.

Na última jornada foi então a festa com um concludente 3-0 ao Lota Schwager que acabou por descer de divisão.

O ano de 1981 traria a experiencia na Taça Libertadores, uma experiencia gratificante pois chegaria à final apenas perdendo para o Flamengo de Zico, Junior e Carpegiani e num terceiro jogo em campo e país neutro. Na caminhada até à final derrotaria nas meias finais o detentor do troféu, Nacional de Montevideo, e tornou-se a primeira equipa do Chile a vencer uma equipa uruguaia em pleno Uruguay.


O primeiro jogo da final foi realizado no Maracanã e quedou-se por derrota 1-2, a segunda volta no Chile teve de ser jogada no Estadio Nacional de Santiago do Chile porque a Conmebol só permitia que a final se realizasse em estádios com capacidade minima de 30.000 espectadores. O Estadio do Cobreloa, o Municipal de Calama, só tinha capacidade para 10.000 pessoas. O Cobreloa ganhou 1-0 e teve que se recorrer a terceiro jogo, que foi disputado no Uruguay, aí a vitória foi para os brasileiros por 0-2.

O campeonato foi perdido por dois pontos apenas, novamente para o Colo Colo e mais um brilhante segundo lugar foi conquistado.

1982 foi mais um ano brilhante, a nivel interno e externo. Novamente chegou à final da Taça dos Libertadores e ao titulo, mas foi um dia dificil aquele em que perderam a final da Libertadores.

Apostaram tudo para ganhar a Taça nesse ano e na final não calharam com os invenciveis do Flamengo de Zico como foi no ano anterior e sim com o Peñarol que tambem era dificil mas mais acessivel. Tudo corria bem e na primeira mão empataram a 0-0 no Uruguay. A segunda volta mais uma vez teve de ser jogada no Estadio Nacional de Santiago Chile. Até ao último minuto da partida as equipas se encontravam empatadas a 0-0 e já se pensava em terceiro jogo quando numa jogada de insistencia, o Peñarol marcou o golo que daria o 0-1 final.

No final do jogo todos se reuniram em casa de um jogador e estavam todos a chorar quando entra o tecnico Vicente Cantatore. O capitão de equipa levanta-se e diz-lhe para os deixar a sós e não lhes dizer nada, e que lhe prometiam o titulo nacional. A 11 jornadas do fim o Cobreloa encontrava-se em terceiro lugar a poucos pontos de Colo Colo e Universidade Chile.


As ganas com que entraram nas partidas seguintes diz tudo sobre o que se passava na cabeça dos jogadores frustrados pela final. Seis jogos seguidos só com vitorias, uma delas com a Universidade Chile, com 20-5 em golos, e depois dois empates a 0-0 um deles com o Colo Colo, deixava-os com possibilidade de fazer a festa a tres jornadas do fim. A vitima foi o La Serena que levou 5-0 e foi novamente a festa do titulo para a equipa de Calama.

Os anos seguintes são também anos bons a nivel interno, mas na Libertadores nunca mais haverá idas à final.

O titulo é de novo conquistado nos anos de 1985 e 1988, pelo meio uma Taça do Chile em 1986.

Em 1988 estreia a nova camisola de patrocinio Adidas e que é uma réplica da camisola oficial da selecção holandesa que ganhou o Euro 88.


Na decada de 90 o clube que perde os melhores jogadores e já não tem a situação financeira desafogada que tinha e entra numa fase em que os titulos pura e simplesmente passam a ser uma miragem.

O único ano em que foi campeão foi em 1992. Em 1993 ainda consegue um segundo lugar mas nos anos seguintes começa a ficar pela quinta posição.

Só no ano 2000 volta a ter destaque e uma boa campanha levam-os ao segundo lugar, que há muito era uma miragem. Mas 2000 foi um ponto de viragem, o clube com novos financiamentos, arranca para boas participações e o clube volta a ganhar o titulo em 2003 e 2004. Neste momento encontra-se na Quarta posição a dois pontos do primeiro classificado, o O’Higgins.


Ainda este ano avançaram com uma equipa B igual em tudo às equipas B portuguesas, com jogadores jovens e outros menos jovens que estão à espera de lugar na equipa principal. Jogam na Terceira Divisão Nacional.

O Estádio Municipal de Calama é a casa do Cobreloa, foi fundado em 1952 para albergar jogos amadores, por isso no inicio não passou de um rectangulo pelado sem bancadas.

Em 1977 e com a aparição do Cobreloa, o estádio sofreu as alterações necessárias para receber futebol de alta competição, como bancadas e o recinto passou a ser fechado ou vedado ao publico em geral. Com uma capacidade inicial de 10.000 pessoas neste momento e tendo sofrido inclusivé várias remodelações, tem capacidade para 20.000 espectadores.

As dificuldades climatéricas na região a mais de 2500 metros de altura e no deserto mais seco do mundo o Atacama, tornaram este estádio conhecido em toda a América do Sul como “El Infierno”.


Palmares:

8 vezes Campeão do Chile: 1980, 1982, 1985. 1988, 1992, 2003 A, 2003 C e 2004 C
1 vez Vencedor da Taça do Chile: 1986

2 vezes Finalista Vencido Taça Libertadores: 1981 e 1982


segunda-feira, agosto 21, 2006

Clubes Atacantes - Kingfisher East Bengal Club


EAST BENGAL

So conheci este clube através do Championship Manager uns anos atrás, até lá e clubes da India só conhecia o Mohammedan Sporting devido a uma digressão mundial dos paraguaios do Olimpia, no final dos anos 80 principios dos anos 90. Com o CM conheci então o East Bengal e uns anos mais tarde já em 2004 jogou com o CS Maritimo num torneio em Inglaterra.


No inicio do seculo XX, o futebol era um desporto muito popular entre os jovens de Bengala, que se tornou ainda maior quando o clube local Mohun Bagan venceu o trofeu IFA em 1911.

Mas a India sob dominio inglês tinha restrições à sua população a vários niveis, uma delas no desporto e no futebol. Os clubes indianos não tinham o mesmo previlégio que os clubes formados por ingleses e onde jogavam apenas jogadores ingleses.


A Primeira Divisão de Calcutá só permitia o maximo de duas equipas indianas a jogar. Como tal o Kumartuli vencedor da Segunda Divisão em 1917, 1918 e 1919 e o Town em 1920 nunca puderam subir por não terem “espaço”, uma vez que já havia dois clubes indianos na Primeira Divisão.

Assim sendo os nativos apenas podiam saciar a sua sede de titulos jogando as duas taças existentes, a Coochbehar Cup e a Trades Cup.

Foi por causa de um jogo da Coochbehar Cup que apareceu o East Bengal.

No dia 28 de Julho de 1920, a equipa do Mohun Bagan tinha agendado o jogo da referida Taça com a equipa do Jora Bagan. Por uma estranha razão a estrela da equipa do Jora Bagan, o extremo Sailesh Bose, foi deixada de fora, o que caiu mal no vice-presidente da equipa, o grande industrial e patrocinador da equipa, Suresh Chandra Chaudhuri. Este tentou por tudo fazer com que Bose fosse incluido na equipa mas interesses mais altos não lhe deram ouvidos.


Visivelmente irritado, Chaudhuri, cortou relações com o clube e juntamente com alguns amigos fundou, quatro dias depois, o East Bengal. A primeira grande discussão foi em relação às cores do clube. Depois de uma longa pesquisa e consenço, optaram por uma camisola vermelha e dourada que viram pendurada em destaque nos grandes armazéns da região, a White Way Ladel Department. Estas cores ficaram permanentemente ligadas ao clube.

East Bengal Club conseguiu filiar-se na Associação de Futebol da India (sob o comando dos ingleses), apesar de forte oposição dos grandes clubes indianos da região, o Mohun Bagan e o Aryans.

A segunda grande busca do clube (a primeira tinha sido a camisola do clube) foi a do campo de jogo. Conseguiram saber que o campo onde jogavam os rivais, o Mohun Bagan, estava a ser apenas utilizado pelo Mohun, uma vez que o clube que com quem o partilhava já tinha sido extinto. Posto isso os representantes do East Bengal foram às autoridades e exigiram ser co-proprietários do campo, apesar dos protestos dos rivais e assim passou a ser tambem o campo de jogos da equipa.


O clube jogou o seu primeiro torneio logo no mês de fundação, em Agosto. Era a Taça Hercules, um torneio de 7 contra 7 e não de futebol 11. Mesmo assim o clube ganhou o troféu.

Mr. Suresh Chaudhuri usou as boas relações e conexões que tinha com o dono do Tajhat Club e tomou o East Bengal tomou o lugar do Tajhat na Segunda Divisão.

1924 foi o chamado “ano da mudança” na historia do clube e dos campeonatos indianos. Acabou em primeiro lugar da Segunda Divisão e consequentemente poderia subir se não houvesse aquela directiva que falei logo no inicio, de só poderem estar duas equipas indianas na Primeira Divisão. Essas equipas eram os rivais Mohun Bagan e o Aryans, as duas equipas que se tinham oposto à filiação do East Bengal na A.F.I.

O Maraja dono e presidente do clube pediu uma mudança das regras, que segundo ele não tinham sentido nenhum existirem. Só duas equipas se opuseram à alteração das regras... o Mohun e o Aryans, pois então. Os restantes 9 clubes de origem britânica foram a favor da alteração.


Ganhou então a maioria e o East Bengal subiu à Primeira Divisão e a regra de subida foi abolida para sempre, na India. Com isso o clube ganhou adeptos por todo o país. O número aumentou ainda mais quando os refugiados do Bangladesh que na altura não era independente se começaram a identificar com o clube devido à sua luta pela propria identidade.

Aos poucos o clube foi ganhando “estaleca” e em 1942 ganhou o seu primeiro titulo na Primeira Divisão de Calcutá, para o repetir em 1945. Ainda neste ano bateram o recorde de goleada com 11-0 ao BBCI Railway.

O clube começou a ganhar vários jogos contra equipas estrângeiras inclusivé. Em 1951 derrotaram os suecos do IFK Gotemburg

O East Bengal foi o único clube da India convidado para participar no Torneio do Festival Internacional de Juventude de Bucareste na Roménia, tal aconteceu no ano de 1953


Foi também o primeiro clube indiano a representar o país na Taça dos Clubes Campeões Asiáticos.

Uma das vitórias mais importantes foi a da Final da IFA Shield de 1970 contra o PAS do Irão, perante 80,000 pessoas. O golo da vitória foi marcado no último minuto por Parimal Dey.

A comemoração do triunfo foi feita acendendo centenas de tochas (simbolo do clube), e desde essa altura as Tochas ficaram a simbolizar qualquer triunfo do país, em todos os desportos.

Masood Fakri, jogador do East Bengal foi o primeiro jogador asiático a jogar futebol profissional em Inglaterra.

Depois disso Bhaichung Bhutia tambem do East Bengal foi o primeiro jogador indiano a jogar profissionalmente em Inglaterra.


Foi o presidente, do clube, Dipak Paltu Das que deu uma nova dimensão ao mesmo, trazendo ao clube, o profissionalismo e os grandes patricinios e finalmente convertendo o clube numa SAD.
E o nome do clube relativamente a aspectos extra-futebol jogado e competiçoes mudou para “United East Bengal Football Team Private Limited”

O maior sucesso em termos de patrocinio surgiu quando o clube e a United Breweries Group chegaram a acordo em 1998.

Neste momento e devido ao novo patrocinio o clube chama-se “Kingfisher East Bengal”.

Tudo isto se traduziu em melhores condições de trabalho que incluiem um ginasio topo de gama para os jogadores e associados. O clube também se expandiu via internet com a criação de um website.

O clube iniciou tambem uma campanha de marketing e merchandising intensa e inumeros são os produtos com a marca e o simbolo do East Bengal.


Em 2004 o clube e o Leicester City de Inglaterra chegaram a acordo para uma troca de apoios a varios niveis, assim o East Bengal beneficiará de:

- Desenvolvimento nas camadas jovens.
- Tecnicas de treino e desenvolvimento tactico.
- Prevenção de lesões e o seu tratamento.
- Jogos de exibição, torneios e estágios.
- Patrocinios e direitos de merchandising.
- Desenvolvimentos a nivel comercial.

Os objectivos são:
- Fortalecer os laços de amizade entre os dois clubes, os seus adeptos e as duas cidades, Leicester e Calcutá.
- Trabalho conjunto para exploração de beneficios comerciais mutuos
- Troca de conhecimentos a nivel comercial e futebolistico.

Ainda nesse ano e para celebrar o acordo, o East Bengal foi um dos 4 participantes do Torneio Pepsi Max Challenge em Agosto e que decorreu na cidade inglesa de Leicester. Os outros convidados foram o Maiorca e o Maritimo.


O torneio não correu muito bem e no final quedou-se no 4º e último lugar perdendo com o Maritimo por 0-3.

Em termos de Campeonato Nacional, este começou a serio e em toda a India, (dantes eram campeonatos regionais) no ano de 1996, a National Football League. E os dois grandes rivais de Calcutá, o East Bengal e o Mohun Bagan, são os grandes vencedores do país na Primeira Divisão, com 3 titulos cada em 10 edições.

O East Bengal é também a equipa que mais vezes ficou em segundo lugar nestas 10 ediçoes, com 3, nos anos de 1998, 1999 e 2006.

Palmarés:

3 vezes Campeão Nacional Indiano: 2001, 2003 e 2004

1 vez Vencedor da Taça dos Campeões Asiáticos: 2003

4 vezes Vencedor da Taça da Federação: 1978, 1980, 1985 e 1996

2 vezes Vencedor da Supertaça: 1997 e 2006

30 vezes Campeão da Primeira Divisão de Calcutá: 1942, 1945, 1946, 1949, 1950, 1952, 1961, 1966, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1977, 1982, 1985, 1987, 1988, 1989, 1991, 1993, 1995, 1996, 1998, 1999, 2000, 2002, 2003 e 2004.

27 vezes Vencedor do IFA Shield: 1943, 1945, 1949, 1950, 1951, 1958, 1961, 1965, 1966, 1970, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1981, 1983, 1984, 1986, 1990, 1991, 1994, 1995, 1997, 2000, 2001 e 2002.

16 vezes Vencedor da Taça Durand: 1951, 1952, 1956, 1960, 1967, 1970, 1972, 1978, 1982, 1989, 1990, 1991, 1993, 1995, 2002 e 2004

10 vezes Vencedor da Taça Rovers: 1949, 1962, 1967, 1969, 1972, 1973, 1975, 1980, 1990 e 1994

7 vezes Vencedor do Troféu DCM: 1950, 1952, 1957, 1960, 1973, 1974 e 1983

7 vezes Vencedor da Taça de Ouro da All Airlines: 1987, 1988, 1990, 1992, 1995, 1998 e 2001

4 vezes Vencedor do Troféu Bordoloi: 1968, 1972, 1978 e 1992

3 vezes Vencedor da Taça Mc Dowell’s: 1995, 1997 e 2000

2 vezes Vencedor do Trofeu Sait Nagjee: 1968 e 1986

1 vez Vencedor da Taça Hercules: 1920

1 vez Vencedor da Taça Stafford: 1986

1 vez Vencedor da Taça Wai Wai: 1993

1 vez Vencedor da Taça Coca Cola: 1996

1 vez Vencedor da Taça do Dia da Independencia: 2002

quarta-feira, agosto 16, 2006

Estrela Amadora Vs Benfica


Mais uma época que começa, mais um jogo de pré-temporada, mais um jogo de apresentação aos associados.

Desta vez a equipa que teve a honra de apadrinhar a apresentação Tricolor aos sócios foi o Benfica.
Estando o Estádio José Gomes em fase de arrelvamento, o Belenenses “ofereceu” o seu recinto para que pudéssemos realizar tal jogo. Se por um lado é uma boa manifestação de solidariedade, por outro eu como adepto do Estrela e tendo como rival lisboeta o Belenenses achei muito má escolha do recinto. Preferia ver o jogo de apresentação no Estádio da Luz, mal por mal servia os interesses dos dois clubes e talvez tivesse levado mais gente ao campo e consequentemente maiores receitas.

A apresentação foi demasiado informal e rápida, sinceramente não sei do que estava à espera mas chamar os jogadores um a um e todo o staff de apoio, desde o treinador ao roupeiro, para o relvado sem um palco sem mais nada e no fim lançar umas folhas tricolores, soa-me a pouco.

Quanto ao jogo, foi um jogo normal de pré-temporada, onde o Estrela marcou primeiro e permitiu a reviravolta no marcador já na segunda parte. Segunda parte onde fomos mais incisivos, falhámos um penalty e mandámos uma bola à trave. Segunda parte onde o Benfica teve quase nenhuma oportunidade, e na que teve marcou.

Dauto Faquirá continua a mesclar a equipa de forma a que não se perceba quem serão os titulares e os suplentes assim que começarem os jogos a serio, nem os jogadores o entendem, o que é muito bom, mas para um espectador atento e tendo visto em 5 dias dois jogos do Estrela Amadora no Restelo, já deu para perceber que, Rui Borges, que só tem entrado nas segundas partes, vai ser titular. De resto onde a luta por um lugar será mais renhida será mesmo no ataque uma vez que este ano parece haver um bom leque de atacantes, sem que ninguem se sobressaia pela negativa. Moses, Jones, Cleiton, Dario, Rui Borges, Anselmo e Paulo Sergio, vão dar muitas dores de cabeça.

No meio campo excelente o regresso do “arranca pessegueiro” Sergio Marquês, a inclusão de Luis Loureiro e Marco Paulo, que se adaptaram muito bem, a subida de Tony na lateral para o ataque, com fugas para o meio do terreno, abrindo espaço para um companheiro subir na lateral-atacante também é uma inovação que poderá dar frutos.

Na defesa o único que parece ter lugar cativo é Hugo Carreira, depois há uma troca constante onde melhor posicionado aparece José Fonte, que tem deixado muito a desejar nestes jogos de pré-epoca.

Na esquerda parece que é este ano que finalmente vamos jogar com um defesa esquerdo de raiz, uma vez que o ano passado todos os que lá estiveram se lesionaram, o que obrigou a constantes adaptações de centrais para essa posição. Desta feita Edu Silva é o homem que veio para colmatar essa posição e parece ser um jogador muito rotinado e uma boa aposta.

Só me falta falar “das redes”. Neste ponto espera que seja finalmente dada a titularidade a Paulo Lopes, que bem merece, uma vez que já é da casa e é um excelente guarda-redes. Por outro lado Pedro Alves, veio este ano para o clube e pelo que vi a época passada pelo Belenenses (ainda está na memoria o frango na Reboleira) e já este ano no jogo do Restelo contra os “Azuis de Belem”, não me inspira confiança nenhuma. Aliás foi mesmo a única aquisição esta época a qual não me agradou nada, nem percebi o porquê da mesma.


O jogo mais importante desta pré-epoca acabou até por não ser este e sim o de Domingo, em Valência, Espanha, contra o Levante.

O Estrela Amadora pelo prestigio??? que tem, ou possa ter, recebeu um convite com tudo pago, para jogar em Espanha, contra o Levante para apresentação da equipa local, que subiu este ano à Primeira Divisão Espanhola. Um clube com um “budget” de 4,5 milhões de Euros contra os 1,7 do Estrela Amadora. Só o avançado búlgaro Manchev que este ano se transferiu para os “Levantinos” custou 2,2 milhões de euros, já para não falar no que não custa por mês um jogador como Laurent Robert ex-Benfica ou inclusivé Meyong, ex-Belenenses, o guarda-redes Caballero, o italiano Tommasi, etc etc.

Convite inesperado e que surgiu do nada, que penso que poderá ter a ver com o facto de termos jogado contra os rivais do Valencia a época passada no nosso jogo de apresentação e que tenhamos dado boas indicações. A verdade é que fizemos uma excelente partida, e empatámos 1-1. Pelo meio Paulo Lopes defendeu tudo quanto podia, inclusivé um penalty de Laurent Robert.

O mais interessante foi o convite recebido depois do jogo, endereçado pela direcção do Espanhol de Barcelona, para novo jogo em terras espanholas e nas mesmas condições, tudo por conta da equipa da casa. É o Estrela a brilhar mais uma vez.

Clubes Atacantes - Football Club Dinamo Tbilisi

DINAMO TBILISI

Na antiga União Soviética, muitos foram os países sobre o dominio dos governos sovietico-estalinistas e como tal não eram independentes. Várias eram as “capitais” desses paises que tinham um clube na Primeira Divisão da URSS, e vários eram os clubes que faziam boa figura nesse campeonato, como o Dinamo Kiev da Ucrânia, o Ararat Yerevan da Arménia, o Dinamo Minsk da Bielo-Russia ou o Dinamo Tbilisi da Geórgia.
O Clube que hoje lhes trago é o Dinamo Tbilisi, bi-campeão Soviético e Deca-campeão consecutivo da recém-independente Geórgia, um dos meus clubes preferidos da URSS entre outros, como o Torpedo Moscovo ou Lokomotiv Moscovo.


A sua fundação data do ano de 1925, e foi fundado pelos pessoas responsáveis pelo desporto em geral na cidade de Tbilisi. Como o futebol começava a criar raises firmes em todo o mundo, nesta república não foi diferente, e assim decidiram fundar o FC Dinamo Tbilisi.

Nos anos 20 não existia qualquer tipo de campeonato na Georgia ou mesmo na URSS e como tal os jogos eram todos particulares e amigáveis.
O primeiro jogo do Dinamo Tbilisi foi um amigável contra o Dinamo Baku do Azerbeijão em 26 de Janeiro de 1926, com a vitória a surgir para os Azeris, 0-1.

Passados 3 dias o D. Tbilisi jogou com outra equipa Azeri, o Progress e ganhou por 3-0.

O futebol foi apesar de tudo uma modalidade que pegou em força nesta região e o clube em 1927 criou uma equipa de juniores o Norchi Dinamoeli, da qual quando se tornavam séniores jogavam no FC Dinamo Tbilisi.

Numerosos jogadores de talento surgiram nesta época em Tbilisi, como por exemplo Boris Paichadze. Durante uma digressão do Dinamo na Roménia ganhou a alcunha de “Caruso do Futebol”, sendo que Caruso foi um dos maiores tenores de todos os tempos. Mais tarde foi dado o seu nome ao Estádio Nacional em Tbilisi.

Os jogadores Georgianos tinham uma qualidade acima da média e nos anos 30 varios foram os jogos particulares que jogaram antes de entrar no campeonato oficial da URSS.
Um desses jogos foi contra a poderosissima equipa do Dinamo Moscovo, o qual ganharam 9-5 em Tbilisi. Outra das grandes vitórias da altura foi em Leningrado contra o Dinamo local por 3-2.

Mas a verdade é que o Dinamo Tbilisi não era um dos favoritos do regime e como tal quando foram criados os campeonatos soviéticos foi colocado na Segunda Divisão.

Em 6 jogos ganharam 5 e empataram 1, o qeu foi suficiente para subir de divisão.

A sua extreia na primeira divisão deu-se então no ano de 1936. Ao todo o Dinamo Tbilisi jogou 1424 jogos no antigo campeonato da URSS. O primeiro jogo foi contra o Dinamo Kiev e deu empate 2-2.

A primeira vitória aconteceu ao terceiro jogo contra o Spartak Moscovo 1-0.

Nessa época o Dinamo Tbilisi acabou na terceira posição, e foi à final da Taça que perdeu com o Lokomotiv Moscovo 0-2, mas são resultados que dizem bem da capacidade dos jogadores e da equipa.

Os anos 30 revelaram um Dinamo muito forte nas competições internas, desde 1936, ano de estreia no campeonato até 1940, o clube ficou duas vezes em segundo lugar e uma em terceiro e foi a duas finais de Taça.

O primeiro jogo internacional ocorreu em 1937 contra a equipa espanhola do Baskonia, que se saldou por uma derrota 0-2.

A equipa das decadas de 30 e 40 era de facto uma grande equipa, de tal maneira que a sua alcunha era “Campeões sem Coroa”, porque realmente eram a melhor equipa a praticar futebol mas sem conseguir titulos.

Foi na decada de 50 que apareceu o magnifico avançado Avtandil Ghoghoberidze, que ainda hoje detem o record de jogos e golos pelo clube. Passou 14 no dinamo e jogou 341 jogos marcando 127 golos.

A primeira grande conquista do Dinamo foi em 1964 quando pela primeira vez ganharam o campeonato da URSS. Uma recta final de 15 jogos sem perder levou-os a empatar em pontos com o Torpedo Moscovo, com isso foi realizado um jogo de desmpate em Tashkent no Uzbequistão. Graças a uma excelente performance o Dinamo ganhou 4-1 e conquistou assim o seu primeiro titulo. Os adeptos chamavam à equipa “Rapazes de Ouro”.

A popular revista “France Football” escreveu: “A equipa do Dinamo Tbilisi tem excelentes executantes. A sua tecnica, tactica e habilidade individual e colectiva, deixa-nos à vontade para dizer que são o representante das “tradições do futebol sul americano” de todos as equipas do Leste Europeu. Se o Dinamo pudesse participar na Taça dos Campeões, temos a certeza que se acabaria com a hegemonia das equipas de Espanha e Italia.”

Infelizmente naquela altura o regime sovietico não permitia que os seus clubes jogassem fora do seu país.

A primeira presença na UEFA deu-se a 13 Setembro de 1972, e o adversário foram os Holandeses do FC Twente, com a vitoria a sorrir por 3-2, mas na segunda volta caiu com 0-2.

Em 1973 o FC Dinamo Tbilisi ganhou o seu primeiro torneio internacional, em Espanha. Depois de ganhar ao Atletico Madrid e ao Benfica, o Dinamo ganhou o Trofeu Caravela de Colombo.

No ano seguinte e em nova participação, Na Taça UEFA, o clube ganhou ao Slavia Praga 5-1 + 0-2, OFK Belgrado 3-0 + 5-1, e perdeu com o finalista Tottenham 1-1 + 1-5, Tottenham que esse ano despachou equipas como o Grasshopers por 9-2, o Aberdeen 5-2, o Colonia 5-1, por exemplo.

De 1976 a 1982 a equipa foi apelidade de “A Grande Equipa”, com uma mentalidade ganhadora e voltada para as competições europeias, o Dinamo conseguiu estar entre as melhores do continente europeu, com o seu estilo rápido, e de tecnica apurada.

No ano de 1976 conseguiu ganhar o seu segundo troféu soviético, a Taça, na final contra o Ararat Yerevan, 3-0, e com isso voltou à UEFA, na Taça Vencedores das Taças. Vencedores do Cardiff 3-0 e 0-1 cairam aos pés do MTK Budapeste 1-4 e 0-1.

Em 1978 conseguiu o seu segundo campeonato da URSS, e foi então 1979 o ano de estreia na Taça Campeões Europeus.

Na primeira eliminatória nada como calhar logo com o possível vencedor da Taça, o Liverpool, a verdade é que, para espanto geral, eliminaram os ingleses, uma vez que o Liverpool era Bi-campeão Europeu e no ano seguinte a este foi vencedor. Na primeira mão perdeu em Inglaterra por 1-2 e em casa goleou os “Reds” 3-0. Mas caiu logo à segunda aos pés do Hamburgo 2-3 e 1-3.

Foi já em 1980 que ganhou, também pela segunda vez, a Taça da URSS, agora ao Dinamo Moscovo, em penalties. E sem saber seria a abertura da conquista da Europa, através da Taça dos Vencedores de Taças. Chegaram à final da competição e foram vencedores da mesma. Primeiro cairam os gregos do Kastoria 2-0 e 0-0, de seguida os irlandeses do Waterford 4-0 e 1-0, nos Quartos-Final os ingleses do West Ham 0-1 e 4-1, nas Meias-Finais o Feyenoord 3-0 e 0-2 e a final em Dusseldorf jogaram um duelo do Leste Europeu, contra o Carl Zeiss Jena, viória por 2-1, depois de terem começado a perder já na segunda parte.

Como vencedores tiveram presença directa no ano seguinte e por pouco não atingiram novamente a final. Perderam nas Meias-Finais, aos pés dos belgas do Standard Liege, 0-1 e 0-1, até lá eliminaram os austriacos do GAK 2-0 e 2-2, os franceses do Bastia 3-1 e 1-1, e os polacos do Légia Varsóvia 1-0 e 1-0.

A partir de 1983 o clube começou a ter uma quebra acentuada de valores e cada vez mais se classificava na parte inferior do campeonato da URSS, na Taça raramente passava as primeiras eliminatórias.

Em 27 de Outubro de 1989 o Dinamo Tbilisi jogou o seu último jogo oficial no campeonato da URSS, contra o Dinamo Kiev. Curiosamente o jogo de estreia em 1936 e o último em 1989 foram contra o mesmo adversário, o Dinamo Kiev, mais curioso ainda foi que os dois jogos acabaram empatados 2-2.

Em 1990 a recém criada Federeração Georgiana de Futebol recusou participar no campeonato soviético e um novo capitulo se iniciou no desporto das novas e agora independentes republicas ex-soviéticas.

É então no ano de 1990 que começa o primeiro campeonato nacional da Geórgia independente. O Dinamo patrocinado pela grande empresa hoteleira Iberia, muda o nome para Iberia Tbilisi.

Em 30 Março de 1990 o primeiro jogo oficial foi contra o Kolkheti Poti, que surpreendentemente o Dinamo/Iberia perdeu 0-1. Apesar de tudo conseguiu ganhar o campeonato. Não só ganhou este como mais 9 campeonatos seguidos, detendo o recorde Georgiano de campeonatos ganhos consecutivamente, com 10.

A primeira Taça da Georgia contudo so aconteceu em 1992 quando ganharam na final ao Tskhumi Sokhumi, mas foi para prefazer novo recorde de vitórias consecutivas, com 6 Taças ganhas de seguida.

Em 1993 o Dinamo, já sem o patrocinio da Iberia, que entretanto abriu falência, voltaria a ser chamado apenas e só Dinamo, e pela primeira vez representou a Georgia nas competições europeias, o adversário foi o Linfield da Irlanda Norte 2-1 e 1-1, mas nunca mais voltou a ser o poderoso Dinamo Tbilisi da ex-URSS.

Em 1996, depois de eliminarem o Grevenmahcer (Luxemburgo) 4-0 e 2-2, Molde (Noruega) 2-1 e 0-0, Torpedo Moscovo (Russia) 1-0 e 1-1, cairam aos pés do Boavista 1-0 e 0-5.
Os melhores jogadores foram saindo para clubes da Europa Central e Ocidental, e cada vez mais o Dinamo perdeu o poder futebolistico internamente. Deixou de ganhar a Taça de 1997 a 2003 e o campeonato de 1999 a 2003. Entre os que sairam contam-se: Shota Arveladze, Archil Arveladze, Kakha Kaladze, Georgi Kinkladze e Aleksandr Chivadze.

No ano de 2003 foi o chamado regresso em pleno, com duas conquistas que à muito lhe fugiam, Campeonato e Taça.

Já em 2004 ganhou novo Troféu, o Torneio Internacional da CIS, que reune todos os campeões das 15 repúblicas que faziam parte da URSS. O torneio desse ano foi realizado em Moscovo, o Dinamo jogou 6 jogos com os seguintes adversários e resultados: 7-1 ao Zhastik-Akkaltin (Quirguizistão), 2-2 Skonto Riga (Letónia), 5-3 Irtysh Pavlodar (Cazaquistão), 4-1 Gommel (Bielo-Russia), 2-1 Sheriff Tiraspol (Moldávia), e novamente Skonto Riga, agora na final 3-1

Ainda neste ano na Taça UEFA mediu forças com o BATE Borisov (Bielo-Russia) 3-2 e 1-0, Slavia Praga (Rep. Checa) 2-0 e 1-3, Wisla Cracóvia 2-1 e 3-4, entrando nos grupos da UEFA, aí o descalabro foi total. Contra equipas de “outro campeonato”, Newcastle United, Sporting CP, Sochaux e Panionios. Primeiro os franceses em casa 0-2, depois o Newcastle em Inglaterra 0-2, de seguida o Sporting em casa 0-4 e para finalizar o Panionios na Grecia 2-5, num total de 4 derrotas em 4 jogos com 2-13 em golos, péssimo.

Mas no ano de 2005 voltou a alegria de nova vitória no campeonato, aumentando para 12 o numero de titulos no mesmo.

Palmarés:

2 vezes Campeão Soviético: 1964 e 1978

2 vezes Vencedor da Taça da URSS: 1976 e 1979

12 vezes Campeão da Georgia: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998,
1999, 2003 e 2005

8 vezes Vencedor da Taça da Georgia: 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 2003 e 2004

1 vez Vencedor da Taça dos Vencedores das Taças: 1981

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