sábado, abril 08, 2006

Clubes Atacantes - Servete FC



SERVETTE FOOTBALL CLUB

Mais uma vez o clube aqui apresentado é um grande caido em desgraça como o apresentado a semana passada, como foi o caso dos belgas do RFC Liège.
Desta vez é o grande campeão suiço Servette FC, com 17 campeonatos suiços e 7 taças da Suiça em 17 finais jogadas, também ele vitima das más gestões que o levaram da glória ao inferno num curtíssimo espaço de tempo. Teve nas suas fileiras jogadores como: KH Rumenigge, Mats Magnusson, Christian Karembeu ou Viorel Moldovan e neste momento apenas tem jogadores amadores e formados no clube jogando na distrital.

O "Futebol Clube de Servette" foi fundado em 20 de Março de 1890, quando um jovem britânico recebeu uma bola oval e quis fazer uma equipa.
Jogava-se então futebol-rugby sobre o terreno do Prado Wendt. Os jogadores decidiram passado poucos anos mudar do terreno do Prado para a Planície Plainpalais. Depois de tornados sócios oficiais da Planície começaram os seus jogos oficiais, contudo foram condenados a dois anos de inactividade durante a exposição nacional.
Aquando da retoma das actividades do clube em 1898, passava a ser cada vez mais difícil encontrar adversários para jogar Rugby na Suíça. Enfrentaram mesmo assim a grande equipa de Lyon frente a 3.000 espectadores sobre a Planície antes de criar a secção futebol (1899) que conheceu rapidamente um grande desenvolvimento. O FC Servette tornou-se então membro da ASF em 1900 e mudou para o Prado Cayla na época seguinte.
O Parque dos Desportos foi inaugurado em 1902 com uma tribuna destinada às senhoras e aos membros do Comité, é também aqui que será criará o futuro Estádio "des Charmilles". O Servette brilha então com 5 títulos de Campeão da Suíça (3 dos quais sobe o comando do treinador inglês Teddy Duckworth), com 9 títulos consecutivos de Campeão Francês e cerca de 5 milhares de espectadores todos os fins de semana.

Em 1930, aquando do regresso de Teddy Duckworth a Geneve, o Servette ganha mais uma vez o Campeonato da Suíça. “Os Grenás” terminam no terceiro lugar num torneio internacional que reune dez campeões nacionais para a inauguração do Estádio "des Charmilles". O presidente Paul Addor e o banqueiro Gustave Hentsch são obreiros deste projecto e da sua única tribuna "A" que faz o orgulho dos sócios do clube. A magia do lugar funciona rapidamente, o Servette ganha assim os seus sétimos, oitavos e nonos títulos nacionais em 1933, 1934 e em 1940 pelo seu cinquentenário. A popularidade do clube é crescente entre todas as classes da sociedade.Em 1946, é o décimo título nacional. É a época da Turbilhão "quinteto de ataque Belli-Facchinetti-Tamini-Pasteur-Fatton". O futebol ofensivo e subjugador, que os homens de Jaccard reproduzem em cinco anos no “des Charmilles”, é recompensado por um troféu. Uma vitória na Taça em 1949 e um outro título no campeonato em 1950 para o sexagésimo aniversário do clube completa o quadro desta geração excepcional e popular. Os terrenos de treino estão doravante no Centro de Balexert e os degraus da bancada suplementares são construídos no “des Charmilles” para fazer deste estádio um caloroso recinto ao estilo britânico.Em 1954, seis jovens húngaros (dos quais, Pazmandy, Makay et Nemeth) fogem do seu país e permanecem na Suíça, enquanto estágiam com a equipa nacional júnior. O instrutor Karl Rappan acolhe-os no Servette, mas é o seu sucessor Jean Snella que vai reconquistar o título em 1961 com o seu concurso bem como o de Fatton, Barlie, Bosson, Meylan ou Heuri. O balanço é espantoso com 46 pontos em 26 jogos e 77 golos marcados para 29 sofridos. As ambições europeias são por conseguinte legítimas na época seguinte (1962). Num jogo louco e graças a um Hat-trick de Fatton e um golo de Robbiani, Servette faz a reviravolta de 1-3 e para 4-3 em casa frente a 26,000 espectadores sobre o Dukla Praga nos oitavos de final. Mas fica privado dos seus húngaros no jogo da segunda mão devido aos acontecimentos políticos, Servette inclina-se na Rep.Checa por 2-0 e encontra-se fora da competicão. O título nacional mesmo assim é conquistado pela segunda vez consecutiva com brio graça nomeadamente aos 25 golos de Jacky Fatton, rei dos goleadores pela terceira vez.

Em 1978-79, o Servette treinado por Pazmandy chega à maturidade. Após ter falhado por pouco o título dois anos seguidos, realiza a proeza nunca igualada na Suíça de ganhar quatro troféus num só ano. O público galvaniza-se e apoia a sua equipa fortemente, 22.500 espectadores a assistir à vitória chave sobre seu principal rival da época, FC Zurique. Trata-se de uma das dez vitórias do Servette numa volta final que tinha exactamente 10 jogos!!! Na final da Taça da Suíça, será preciso jogar uma finalissima para desfazer-se ganhar ao Young Boys 3-2. A supremacia dos “Grenás” torna-se mesmo insolente com os troféus suplementares adquiridos na Taça da Liga e na Taça dos Alpes.O semi-malogro europeu constitui a única sombra no quadro de uma época fabulosa. Após ter eliminado o PAOK Salonica e o AS Nancy de Michel Platini, o Servette caiu nos quartos de final contra os alemães do Fortuna Dusseldorf Com os 23.000 espectadores a maldizer certamente ainda hoje esta eliminação pelo jogo realizado em casa em que ficou 1-1, depois de um excelente 0-0 fora, porque este fabuloso Servette parecia capaz de ir à extremidade do sonho, que seria a conquista da Taça das Taças.Será necessário esperar a tomada de poder - e o salvamento financeiro do clube - para festejar o décimo sexto título nacional dos “Grenás” (1994). Prodigios como Anderson (11 golos em 6 meses), Neuville (16 golos), Sinval (7 golos e 11 assistências) ou ainda Djurovski na defesa contribuíram para se escrever uma bonita página da história do clube com um futebol ofensivo e entusiasmante. O título foi ganho na última jornada em detrimento do Grasshoppers graças à uma vitória sobre o Young Boys 4-1 fora de casa!!!Em Dezembro de 1996, Servette é retomado pelo grupo francês Canal + no seguimento da grave doença do presidente de saída e que “passou uma esponja” mais uma vez nas dívidas. A progressão é constante até ao décimo sétimo título de Campeão ganho em 1999 sob a direcção do treinador Gérard Castella, nascido em Geneve. O titulo é consagrado num encontro louco sob um dilúvio em Lausana frente ao seu concorrente directo por 5-2. Em 2001, este formidável grupo mais uma vez é consagrado, na Taça da Suíça, vitória 3-0 em Basileia frente ao Yverdon com 15.000 adeptos “Grenás”.O último grande feito no vetusto mas brilhante Estádio “des Charmilles”, foi o percurso europeu com a eliminação sucessiva do Slavia Praga, Real Zaragoza e Hertha Berlim antes de cair nos oitavos final contra o Valencia.
O estádio será definitivamente abandonado em 8 de Dezembro de 2002 após um empate 4-4 arrancado contra o Young Boys numa sequência espectacular no último quarto de hora (3 golos!) que inflamaram o público uma última vez neste lugar mágico.A mudança do Servette para o novo Estádio de Geneve teria podido contribuir para o salvamento financeiro do clube – muito periclitante à já várias épocas - mas não é suficiente. As afluências eram elevadas apesar dos resultados (um terceiro lugar no campeonato foi o melhor posível, mas os mais de 10.000 espectadores de média durante dois anos na élite por vezes 30.000 e 20.000), não seriam suficientes para a equipa profissional evitar a falência.Geneve reencontra-se órfã da sua equipa na Primeira Divisão e o Servette deve por conseguinte reconstruir-se ao Praille e jogar na distrital, sob novo nome “Servette FC” e apenas com sector amador e formação. Neste nível de jogo, o clube conta sempre com um apoio popular importante - mais de um milhar de associados! - e com líderes ambiciosos que querem fazer subir o clube o mais rapidamente possível para a elite preconizando ao mesmo tempo rigor financeiro, trabalho, transparência e honestidade. Sob o jugo do presidente Francisco Vinas, o clube retomou o seu quartel-general ao Centro Desportivo de Balexert onde se treina, tal como antes.Ao longo deste anos o FC Servette teve alguns jogadores de renome como por exemplo: Karl-Heinze Rummenigge, Bent Christensen, Matts Magnussen, Michel Renquin, Anderson, Igor Dobrovolski, Oliver Neuville, Hakan Mild, Johan Lonfat, Wilson Oruma, Phillipe Senderos, Alexander Frei, Stephane Ziani, Jorge Valdivia, Christian Karembeu, ou Viorel Moldovan.


Palmarés:

Campeonato da Suíça: 17 títulos
1907 - 1918 - 1922 - 1925 - 1926 - 1930 - 1933 - 1934 - 1940 - 1946 - 1950 - 1961- 1962 - 1979 - 1985 - 1994 - 1999

Taça da Suíça: 7 títulos (em 17 finais)
1928 - 1949 - 1971- 1978 - 1979 - 1984 - 2001

Taça dos Alpes: 4 títulos 1973 - 1975 - 1976 - 1979

Taça da Liga: 3 títulos
1977 - 1979 - 1980

Taça dos Clubes Campeões Europeus("Liga dos Campeões"): 7 participações
21 jogos, 6 vitórias, 6 empates, 9 derrotas. Melhor resultado: 8os de final em 1961-62, em 1979-80, e em 1985-86.

Taça dos Vencedores de Taças: 6 participações
24 jogos, 11 vitórias, 4 empates, 9 derrotas. Melhor resultado: 1/4 de final em 1966-67, em 1978-79.

Taça UEFA: 14 participações
48 jogos, 20 vitórias, 10 empates, 18 derrotas. Melhor resultado: 8os de final em 1965-66 e 2001-02.

Um comentário:

  1. Mais um grande artigo amigo Estrela.É de facto impressionante como clubes deste nivel passam por situaçoes desta e devia servir de exemplo para a grande maioria dos clubes controlarem melhor os seus gastos, pois parece que existe uma total impunidade e que nao intressa se deve-se muito , o que intressa é ganhar.

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