
MACCABI HAIFA
O clube de hoje pertence a um campeonato, pouco interessante, mas que tem dado que falar a nivel europeu, de a alguns anos a esta parte, inclusivé foi o primeiro clube israelita a participar nos grupos da Liga Campeões. Calhou uma só vez com equipas portuguesas, nomeadamente na Taça Vencedores Taças, e contra o Sporting. Este ano acabaram por chegar aos Oitavos de Final da Taça UEFA, acabando por derrotar o CSKA Moscovo, na ronda anterior.
O Maccabi foi fundado em 1913, na cidade de Haifa e no inicio foi uma equipa inferior em relação aos rivais citadinos do Hapoel. Situação que se manteve até aos anos 80.
Em 1939, depois de alguns anos de desorganização desportiva, a equipa foi reorganizada por refugiados austriacos e passados 3 anos a equipa ganhou a promoção ao escalão principal. O problema é que o país não exitia então, sendo um protetorado inglês e devido às casualidades da Segunda Guerra, não houve promoções nesse ano, assim só em 1946 isso aconteceu.
Entretanto ainda em 1942, a equipa chegou à final da Taça de Israel, perdendo para o Beitar Tel-Aviv, por 1-12.

Em 1962 ganhou pela primeira vez a Taça de Israel vencendo estrondosamente a melhor equipa do pais até então, o Maccabi Tel-Aviv por 5-2.
No ano seguinte iria novamente à final mas para perde-la aos pés dos rivais Hapoel Haifa, 0-1.
Em 1965 desceria de divisão para subir no ano seguinte e em 1971 novamente chegou à final da Taça e novamente para perder, desta feita para o Hakoach Ramat-Gan, 1-2.

A década de 70 não foi melhor, pelo contrário, a equipa andou várias vezes no “sobe e desce” entre a Primeira e Segunda Divisões.
A equipa só começou a ser Equipa a partir dos anos 80. Subiu á divisão maior em 1981 e dois anos depois foi campeã de Israel, pela primeira vez, em luta renhida até final, com o Beitar Jerusalém e o Hapoel Tel-Aviv.
A proeza deveu-se ao treinador Slhomo Sharf e as suas tácticas ofensivas, com 4 atacantes de raiz, em que desguarnecia um pouco a defesa, levando o clube a perder vários jogos apenas porque “só atacava”. A equipa só estabilizou quando conseguiu o concurso do excelente guarda-redes Avi Ran, que veio dar a estabilidade necessária ao sector recuado.

Em 1986 só não chegou o tri-campeonato porque no jogo decisivo de atribuição do titulo, contra o Hapoel Tel-Aviv, em que o empate até servia, perderam por 0-1 com o golo a ser marcado quando um jogador adversário, embora não participasse no lance, se encontrava em fora-de-jogo, algo que segundo as regras da altura não era permitido. Muita polémica foi criada à volta desse lance, mas nem as imagens televisivas dissiparam as dúvidas, mas a federação adjudicou a vitória ao Hapoel e o terceiro titulo consecutivo esfumou-se.

Dois anos depois surge novo titulo de Campeão israelita, o terceiro, com o acompanhamento de nova presença na final da Taça, que para não variar foi perdida, desta vez para o Beitar Jerusalém, também em penaltys. Dessa época fica o fantastico resultado de 10-0 na vitória frente a um decadente Maccabi Tel-Aviv.
Os anos de maior glória, e de estabelecimento como verdadeiro clube de Elite e topo começaram na decada de 90 e continuam ainda nos dias de hoje.

No ano seguinte foram adquiridos por Ya’akov Shahar, tornando-se seu presidente e dotando o clube de uma situação financeira estável e um nível de profissionalismo e treino ao nivel dos melhores clubes da Europa. (De referir que os Israelitas não pertenciam à UEFA e sim à Confederação da Oceânia, isto porque devido aos conflitos israelo-árabes o Pais não podia jogar na sua Associação Geográfica, que era a Asiática.)
A selecção de Israel foi o vencedor da Zona Oceânica que disputou o jogo final de apuramento para o Mundial 1990 com a Colômbia, que foi a selecção que se apurou para o play-off na Zona da América Sul, 0-0 e 0-1 puseram a selecção de Higuita e Valderrama no Mundial.

Mas a equipa estava muito bem e tinha uma qualidade muito acima da media e o titulo desse ano foi um passeio, ganhando-o sem sofrer nenhuma derrota, isto em 39 jogos.

A vitória em 1995 deu-lhes nova participação na Taça Taças, onde pela primeira e única vez calharam com uma equipa portuguesa, o Sporting. Desembaraçaram-se do KI Keflavik das Ilhas Faroé por 4-0 e 2-3 e seguiu-se então a equipa portuguesa.

14/09/95 - Sporting – Maccabi Haifa: 4-0 ( Pedro Barbosa 7min, 10min e 48 min, Sá Pinto 89min);
28/09/95 - Maccabi Haifa – Sporting: 0-0
Mas a melhor participação de sempre a nivel da UEFA foi ainda na Taça das Taças em 1999, quando chegaram aos Quartos-Final, perdendo para os russos do Lokomotive Moscovo.
Assim o caminho europeu desse ano foi: Glentoran (Irlanda Norte) 2-1 e 1-0; Paris SG (França) 3-2 e 1-1; Ried (Austria) 4-1 e 1-2 e Lokomotive Moscovo (Russia) 0-1 e 0-3.

Calhou então no Grupo F juntamente com Manchester United, Bayer Leverkusen e Olympiakos. Teoricamente era um grupo completamente inacessível e o objectivo passava por fazer o melhor possível com qualquer dos adversários e tentar pontuar pelo menos em casa “emprestada”, uma vez que a UEFA não permitiu que se jogasse em Israel devido aos constantes conflitos armados. Assim a casa do Maccabi nesta Liga dos Campeões foi o magnifico Neo GSP Stadium no Chipre, casa do Omónia Nicósia, Apoel e Olympiakos.

Resultados do grupo: Manchester United 3-0 e 2-5; Bayer Leverkusen 0-2 e 1-2; Olympiakos 3-0 e 3-3.
Nesta altura faziam parte da equipa jogadores como o italiano Rosso, o lituano Zutautas e o nigeriano Yakubu que juntamente com o israelita Benayon jogam hoje em Inglaterra.

Foram à Liga Campeões directos para a Terceira Eliminatoria, onde calharam com o todo poderoso Liverpool. O primeiro jogo em Anfield Road abriu algumas espectativas, quando aos 29 minutos Boccoli marcou o primeiro golo da partida e para os israelitas, só que os “Reds” não se intimidaram e venceram por 1-2.

Entraram então pela porta pequena na Taça UEFA, calhando na primeira ronda com os bulgaros do Litex Lovech os quais despacharam com 1-1 em casa e 3-1 fora. Seguiram então para o Grupo A, juntamente com o Glasgow Rangers da Escócia, o Auxerre de França, o Livorno de Itália e o Partizan da Sérvia. A participação seria excelente quedando-se pelo segundo lugar e apuramento para a fase seguinte.

Na fase seguinte calharam com o CSKA Moscovo e espantaram meia Europa eliminando os russos com 1-0 e 0-0, chegando aos 16 avos de final onde receberam o Espanhol. No primeiro jogo em casa o resultado em branco não augurava nada de bom para a segunda volta, embora um novo empate embora com golos permitia a passagem. Em Barceona e ao intervalo registava-se um nulo mas a segunda parte foi um descalabro e a derrota foi um humilhante 0-4.

Palmarés:
10 vezes Campeão Israelita: 1984, 1985, 1989, 1991, 1994, 2001, 2002, 2004, 2005 e 2006
2 vezes Campeão da Segunda Divisão: 1966 e 1975
5 vezes Vencedor da Taça Israel: 1962, 1991, 1993, 1995 e 1998
3 vezes Vencedor da Taça Toto: 1994, 2002 e 2006
3 vezes Vencedor da Taça do Campeão dos Campeões Israelita: 1962, 1985 e 1989
1 vez Vencedor da Taça Sukkot: 1958
1 vez Vencedor da Taça Lilian: 1984

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