terça-feira, agosto 01, 2006

Clubes Atacantes - Futbollit Klubi Partizani Tirana


Partizani


O clube que vos trago hoje é o Partizani de Tirana (com I no fim) e não Partizan de Tirana como muitos comentadores e jornalistas desportivos idiotas dizem.
O meu conhecimento do clube veio de uma eliminatória da Taça dos Campeões quando calharam com o Benfica e foram excluidos da UEFA pelo que se passou na primeira mão na Luz.
O meus clubes preferidos na Albânia eram o 17 Nentori Tirana também designado por SK Tirana e o Lokomotiva que agora se chama Teuta Durres, que é o nome de uma rainha albanesa, mas como os clubes e sociedades comunistas são contra qualquer tipo de pessoas que não contribuem para o engrandecimento do pais via trabalho, como os reis e rainhas, o clube passou a ser chamado Lokomotiva, que para quem não sabe representa o simbolo do progresso.

O Futbollit Klubi Partizani ou Klubi Sportiv Partizani, foi fundado em 1946 na capital da Albânia, Tirana.

Durante o regime comunista todos os clubes desportivos eram pertença do estado. O Partizani era gerido pelo exército albanês, daí a estrela vermelha no simbolo. Para quem não sabe a estrela vermelha era o simbolo dos exércitos de todos os paises de tendência comunista.

Foi então gerido pelo Ministério da Defesa Albanês até meados dos anos 90, altura em que foi privatizado passando para as mãos de uma sociedade.

Os seus maiores rivais eram o Dinamo Tirana gerido pelas Forças Policiais, uma divisão do Ministério dos Assuntos Internos, e o 17 Nentori também designado por SK Tirana gerido pela Câmara Municipal de Tirana.

Conta-se que os dois ministérios usavam a sua influência para favorecer as respectivas equipas. O Ministério da Defesa por vezes recrutava jogadores das outras equipas, normalmente das outras cidades, (uma vez que em Tirana todos os ministérios tinham uma equipa), para servirem como soldados mas a verdade é que era para serem jogadores de futebol.
A mesma táctica de recuta do Partizani era utilizado pelos rivais do Dinamo.
O resultado disto era um campeonato grandemente dominado pelos clubes da capital.

A primeira participação no campeonato aconteceu em 1947, onde foi logo campeão, bi-campeão no ano seguinte e tri-campeão, tudo seguido, fantástico, não fosse o Partizani gerido pelo Ministério da Defesa.

Em 1962/63 o clube disputa pela primeira vez uma prova da UEFA, a Taça dos Campeões Europeus. Jogaram com os suecos do IFK Norrkoping e os resultados foram de 0-2 fora e 1-1 em casa. Nada mau para uma primeira participação, tendo em conta que é de um país onde pior se joga futebol na Europa, a Albânia.

Com a conquista do campeonato em 1986/87 tiveram acesso à Taça dos Campeões Europeus do ano seguinte onde calharam na primeira eliminatória com o Benfica.

A primeira mão foi no Estádio da Luz, e a equipa do Partizani era tão indisciplinada, concerteza habituada a fazer o que bem entendesse na Albânia, que teve 4 jogadores expulsos em apenas 36 minutos na segunda parte.

Começou a perder com um auto-golo, a partir daí foi ver se o encontro chegava ao fim, que chegou, com o Benfica a realizar uma das piores exibições da época mas a ganhar 0-4, com os golos a serem marcados um de autogolo e os outros 3 aos 81 minutos, 86 min. e 90 min. mas mesmo assim a protestar o jogo na UEFA.

As equipas alinharam nessa noite de 13 de Setembro de 1987 com:

Benfica: Silvino, Aldair, Fonseca, Carlos Pereira, Mozer, Veloso, Hajry, Nunes, Wando, Rui Aguas, Diamantino, Tr. Ebbe Skovdahl

Partizani: Lame, Hamataj, Tomori, Ocelli, Gega, Shehu, Bilali, Frasheri, Pano, Leskaj e Millo

Golos: Hametaj 37 ag, Mozer 81, Rui Aguas 86, 90

O ocorrido nessa noite na Luz foi tão mau, que o Partizani nem sequer jogou a segunda mão em casa, tendo sido averbada derrota por 0-3 e o clube expulso das competições europeias.

Pelo que se observou no Estádio da Luz pode-se ter uma percepção de como era o futebol na Albânia comunista daquele tempo. Não admira que ganhassem sempre os mesmos clubes e a que preço.

Na década de 90 passou a ser o primeiro clube privatizado na Albânia e foi o pior que lhe podia ter acontecido. O clube começa a ter dificuldades financeiras e houve ao mesmo tempo uma disputa legal para tomar controle do mesmo. Como seria de esperar o clube acabou por ficar em 14º e último lugar do campeonato em 1999/00 e descer de divisão pela primeira vez na sua história.

O tribunal acabou por decidir a favor de Albert Xhani, e este ficou dono do clube e tornou-se seu presidente, cargo que ainda hoje mantém.
Conseguiu arranjar uma equipa que disputasse sériamente o campeonato da Segunda Divisão e foi campeão nesse ano, tendo subido.

Neste momento é o único clube privado na Albânia, os outros clubes são na sua maioria geridos pelas Câmaras Municipais mas financiados por investidores privados, que normalmente são os presidentes dos clubes.

O Partizani joga habitualmente no Estádio Selman Stermasi com capacidade para 10.000 espectadores (que também é onde joga o SK Tirana) e nas competições europeias joga no Estádio Nacional Qemal Stafa com capacidade para 28.000 espectadores.

Palmarés:

15 vezes Campeão da Albânia: 1947, 1948, 1949, 1954, 1958, 1959, 1961, 1962, 1963, 1964, 1971, 1979, 1981, 1987, 1993

1 vez Campeão da Segunda Divisão: 2001

15 vezes Vencedor da Taça da Albânia: 1948, 1949, 1957, 1958, 1961, 1964, 1966, 1968, 1970, 1973, 1980, 1991, 1993, 1997, 2004

2 Supertaças da Albânia: 1994, 2004

4 comentários:

  1. Anônimo11:19 AM

    Essa que aconteceu contra o Benfica nao me recordo. Eh , eh , eh , esta cabeça vai ficando cada vez mais cansada. Mais um grande artigo que nos mostra um futebol muito difrente do nosso . Como seria aqui se fossem as camaras os donos dos clubes? Provavelmente os campeoes seriam sempre de Lisboa e Porto.

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  2. Anônimo5:32 AM

    Provavelmente se calhar até ganharia o Maritimo ou assim, uma vez que por aquele lado parece que ninguem pede contas ao dinheiro que é dado a fundo perdido principalmente para o desporto e/ou futebol

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  3. Anônimo7:26 AM

    Pois és capaz de ter alguma razao. Quando falamos doos apoios esquecemos-se muitas vezes do que se passa na Madeira e tambem nos Açores onde os governos regionais atribuiem subsidios milionarios. Lembro-me que há cerca de 8-10 anos atrás ja amigos meus jogavam em equipas dos Açoes a ganhar dinheiro que cá dificilmente uma liga de honra poderia pagar. Mas parece que foram anos de ouro, pois agora nos Açores parece que ja nao se paga tao bem.

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